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domingo, 19 de julho de 2009

"Another Brick in the Wall" (Part II)



Seguindo a postagem anterior sobre as escolas ditas Laicas, mas que pelo menos aqui em Minas tem uma tradição não muito ética de possuir imagens religiosas. Resolvi entrar em um assunto semelhante que poderia até ter sido colocando junto com o texto anterior, mas achei mais produtivo que tivesse uma atenção maior e particular, então sigo com uma continuação.

Falaremos sobre ensino religioso nas escolas!

Não sou completamente critico a respeito de Religião enquanto disciplina nas escolas, apenas tenho duvidas, Qual o sentido disso? Houve uma batalha muito grande para trazer Filosofia para as salas de aula, muita luta dos profissionais da educação, muito argumento para provar que Filosofia era uma necessidade nos parâmetros curriculares do ensino médio, mas nessa guerra toda não pude deixar de notar que algumas escolas tinham religião... E aí?

Eu consigo imaginar aulas muito interessantes de religião, mas todas em uma postura neutra, reflexiva, “laica”. Promovendo conhecimento sobre várias doutrinas e respeito entre elas, Seria interessante mostrar e explicar porque judeus, protestantes, católicos, mórmons, crentes etc., Crêem na bíblia, mas tem concepções divergentes por exemplo.

Contudo, isso é bem longe da realidade que vivi e que até onde eu sei não mudou muito hoje em dia. Lembro-me que as aulas eram puramente católicas, tínhamos que estudar a “Campanha da fraternidade” e por aí fora, um dia surtei (Desde cedo já achava que tinha algo errado com essa história) em uma discussão agressiva chamei a professora de “Fanática religiosa” e fui encaminhado pela direção para a biblioteca onde deveria fazer trabalhos já que não queria ter aulas de religião (Entende-se catolicismo). Com o tempo alguns outros alunos também me acompanharam. Nessa época os evangélicos não eram tão em moda e espíritas não eram dispostos a se revelarem, pelo menos não as crianças, Então abri as portas para a coragem de se mostrar diferente do padrão (Falou o herói do povo rs) , não precisávamos ficar mais na aula apenas fazer freqüentes trabalhos sobre a nossa religião, no meu caso eu podia falar sobre qualquer coisa, budismo, gnosticismo etc
[Detalhe curioso, descobri anos mais tarde que minha professora tão católica freqüentava centros espíritas, Aff... haja hipocrisia]

Freando minhas lembranças traumáticas de perda de tempo nas aulas de religião e focando a questão de aulas mais viáveis dessa disciplina, ainda insisto, por quê?
[Lembrando sempre que estamos focando o ensino promovido pelo Estado e não estabelecimentos educacionais especificamente religiosos como escolas Católicas ou Presbiterianas por exemplo.]

Por quê? Eu não vejo qualquer coisa que seria abordado em uma aula de religião que não pudesse ser devidamente trabalhando em uma aula de Filosofia, sociologia ou Historia, Sou suspeito para falar, mas acredito que Filosofia chuta religião para escanteio em matéria de necessidade nas escolas, Por Zeus! Acho tão inviável a idéia de ter religião nas escolas que não consigo falar, argumentar a respeito...

Detalhe que me veio à cabeça, com formação em Filosofia posso ser um professor “quebra-galho” de Religião, mas a preferência é para “Padres”?! Porque não pastores ou médiuns chefes de “centros” de candomblé? A coisa é tão enraizada no erro que ninguém quer por a mão na massa e corrigir isso, Afinal o que me difere do padre? Que ele sabe mais de catolicismo que eu? (Geralmente padres são formados em Filosofia e não Teologia que seria a graduação mais coerente para quem quer ministrar aulas de religião) Percebem? Não há muito sentido em nada disso.
Basicamente eu acredito que o ateu seria o melhor profissional para dar aulas de Religião, seria imparcial, pelo menos eu seria e isso daria margem para discussões produtivas que levassem as aulas a idéia que sugeri alguns parágrafos atrás. Mesmo que fosse um padre, que ele então não se prestasse ao papel de dar aulas de “catolicismo”, mas que promovesse a reflexão não dogmática (Difícil).

Mas mesmo assim, com aulas “ideais” de Religião, ainda me pergunto, por quê?
Como “Another Brick in the Wall” é dividida em três partes, Seguirei a idéia e veremos na próxima postagem uma “Parte 3”. Sobre o que mais poderíamos falar sobre isso? Bem, Religião nas escolas me lembra uma temática surpreendente, um ataque direto a nossa inteligência! O movimento Fundamentalista e sua luta para retirar as aulas de biologia (Evolucionismo) das escolas e introduzir aulas de “Criacionismo”...

Sinto até um frio na espinha...

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