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domingo, 26 de julho de 2009

"Another Brick in the Wall" (Parte III)



E se eu lhe dissese que nossos valores se perderam?

Que só há uma verdade, a de deus e as escrituras!

Que tudo o que nós descobrimos em matéria de evolução cientifica nos afastaram nos princípios da moral e dos bons costumes e a única maneira de recuperarmos é nos livrar desse mal. Começando a retirar as malignas aulas de biologia com suas profanas teses de evolucionismo e substituí-las por aulas de criacionismo!


Parece piada, mas não é...
E o nome disso é “Fundamentalismo”.
..

Era 11 de maio de 2004 quando cheguei à faculdade e descobri que não haveria aula o que seria uma oportunidade para tomar uma cerveja com amigos foi substituída por uma estranha vontade de assistir a palestrar do Dr José Raimundo Batista Bechelaine intitulada “Ética e os Neo-fundamentalismos Religiosos e Políticos”. Na palestra o que me chamou atenção foi o tal fundamentalismo religioso, Era a primeira vez que ouvi e entendi o que seria o tal Fundamentalismo.

[Fundamentalismo:] Nas palavras do Wikipédia: “Refere-se a movimentos étnicos extremistas com motivações (ou inspirações) apenas nominalmente religiosas, conhecido como Fundamentalismo étnico. O Fundamentalista acredita em seus dogmas como verdade absoluta, indiscutível, sem abrir-se, portanto, à premissa do diálogo”.
Logo, Fundamentalismo varia pela religião, podemos ter fundamentalismo cristão, islâmico etc.

Quando via a expressão do Bechelaine fiquei assustado, parecia que ele dizia “É serio gente, não é brincadeira!”, mas todos estavam meio apáticos será que ninguém levou a serio? Bem, eu fiquei desolado porque era/é tão absurdo que coisas assim me lembram a frase do Raul “Pare o mundo que eu quero descer!”

O fato é: O fundamentalismo é real e eles realmente acreditam que o negocio é viver segundo a lei das antigas escrituras. Pergunto-me se eles mesmos chegaram a um consenso sobre o que deve ser usando ou não das “verdadeiras” leis de deus, afinal não é uma questão apenas de defender o criacionismo e dizer que a arca de Noé existiu e ignorar os fosseis de dinossauros por exemplo. É assumir a legislação imposta por deus através de seus homens “inspirados”, ou seja: vamos apedrejar os homossexuais! Vamos matar nossos filhos que não respeitar a nós e o único e verdadeiro deus!

[Criacionismo:] É um termo genérico para definir explicações sobre a origem de tudo sendo uma inteligência superior “Designer inteligente”. No nosso caso estamos falando da concepção cristã mais precisamente do antigo testamento (Os sete dias, Adão e Eva, Arca de Noé, etc)

É claro que eles têm as desculpas deles, fácil é propor algo em nome da moral principalmente usando a patologia mental que as religiões pregam, contudo segurar o pacote todo é bem mais complexo não é mesmo? Me diz aí, o que faz a parte do “ame o seu semelhante como a ti mesmo” ser mais verdadeira do que a do “Mate a sua filha que não é mais virgem”? Ela ser mais bonitinha? Bem, isso não me convence, nem se você me disser que há somente boas intenções por trás disso.

E para aqueles que gostam só do novo testamento, não vamos esquecer que Jesus não veio para substituir o antigo como ele mesmo dizia, do antigo não se altera uma virgula! (Nesse caso vocês podem adotar a história de que ele bebeu vinho demais e falou algumas asneiras que nós somos muito sábios para distinguir do verdadeiro e do falso...Ah! Se nos somos “fodas” para desacatar deus e folgar no domingo ao invés do sábado podemos fazer qualquer coisa! (Será que os fundamentalistas pregam o sábado como dia do descanso?)

[Nos EUA se julgou inconstitucional a introdução do criacionismo (Uma vitória). Recentemente, novas tentativas têm sido feitas, com novos argumentos, advogando pelo que chamam de uma "análise crítica da evolução".
Um país onde o povo costuma não saber se achar no mapa mundi, Nós percebemos que eles dominam muito bem as noções cientificas para poderem fazer a tal análise critica... ]

Na história da Filosofia somos levados/obrigados a estudar a era medieval onde o pensamento que dominava era deus.
Se você não sabe, a maior “sacada” cristã foi se mesclar com Roma como um “parasita”, o poder militar dominante e crescente, então quando você ouvir “Igreja apostólica romana” entenda “Igreja apostólica com consentimento de Roma”, Nesse instante ser católico virou “moda” sendo que algumas décadas antes, eles (Romanos) caçavam quem era cristão, agora o martírio era “chiquê”. A história é cheia de reviravoltas não é mesmo?
Bem, mas seguindo mais adiante na cronologia desses eventos teve uma época pouco filosófica (Não muito reflexiva) em que os antigos acreditavam pela pura Fé, “Credo quia absurdum” dizia Tertuliano (“Creio, mesmo que seja absurdo” ou “Creio porque é absurdo”) O que eu brincava com o comentário: “A medieval foi o período em que a fé obilubilou a razão” parafraseando Agostinho que dizia que o “mal” obilubilava a razão e o apelido da idade média de “Idade das trevas”.


Depois de um pouco de amadurecimento intelectual e a guerra dos gnósticos com a fé cristã, foi necessário um pensamento mais consistente e menos fabuloso por parte dos Cristãos. Eis que surgem os “Filósofos cristãos” dentre eles destacamos Santo Agostinho que “sabiamente” viu nos escritos de Platão um jeito de deixar o pensamento bíblico com algum sentido, mais tarde (Com muito custo, até convencerem que não era coisa do demônio) teve o “tomismo”, São Tomás mesclou Aristóteles que já era mais pé no chão que Platão e pode fazer uma filosofia cristã mais coerente ainda. Esses ditos cujos fizeram os pilares para um pensamento mais filosófico em cima da bíblia até os dias de hoje.
[Aconselho uma pesquisa e leitura sobre isso, meu “resumo” é muito grosseiro e há muitos outros detalhes importantes nessa trama]

Mas voltando a questão do Fundamentalismo e relacionando com as postagens anteriores, Percebemos que há algo muito errado nessa historia, Imagine essa situação de Fundamentalistas brigando por uma nova estrutura educacional voltada para a religião, Deveríamos ser um país não laico? Fundados sobre princípios religiosos? Seria interessante (Assustador para mim) Mas aí entraríamos nessa velha historia de qual interpretação é a verdadeira, A dos católicos? (Conservadores, ortodoxos ou liberais?) Dos Judeus que ignoram o novo testamento? Dos Mórmons que têm a “terceira” parte das escrituras? Difícil, é por isso que política deve ser dissociada da religião, ou melhor, das religiões.
Mas aí que está, Esse deus (Seja qual for) prega que a lei dele deve ser maior do que a dos homens , ela que deve reger nossas vidas, só que se cada um adotasse isso não ia ter guerra só na palestina não e o mundo ia estar longe de uma paz divina...

Uma divina sinuca de bico...

domingo, 19 de julho de 2009

"Another Brick in the Wall" (Part II)



Seguindo a postagem anterior sobre as escolas ditas Laicas, mas que pelo menos aqui em Minas tem uma tradição não muito ética de possuir imagens religiosas. Resolvi entrar em um assunto semelhante que poderia até ter sido colocando junto com o texto anterior, mas achei mais produtivo que tivesse uma atenção maior e particular, então sigo com uma continuação.

Falaremos sobre ensino religioso nas escolas!

Não sou completamente critico a respeito de Religião enquanto disciplina nas escolas, apenas tenho duvidas, Qual o sentido disso? Houve uma batalha muito grande para trazer Filosofia para as salas de aula, muita luta dos profissionais da educação, muito argumento para provar que Filosofia era uma necessidade nos parâmetros curriculares do ensino médio, mas nessa guerra toda não pude deixar de notar que algumas escolas tinham religião... E aí?

Eu consigo imaginar aulas muito interessantes de religião, mas todas em uma postura neutra, reflexiva, “laica”. Promovendo conhecimento sobre várias doutrinas e respeito entre elas, Seria interessante mostrar e explicar porque judeus, protestantes, católicos, mórmons, crentes etc., Crêem na bíblia, mas tem concepções divergentes por exemplo.

Contudo, isso é bem longe da realidade que vivi e que até onde eu sei não mudou muito hoje em dia. Lembro-me que as aulas eram puramente católicas, tínhamos que estudar a “Campanha da fraternidade” e por aí fora, um dia surtei (Desde cedo já achava que tinha algo errado com essa história) em uma discussão agressiva chamei a professora de “Fanática religiosa” e fui encaminhado pela direção para a biblioteca onde deveria fazer trabalhos já que não queria ter aulas de religião (Entende-se catolicismo). Com o tempo alguns outros alunos também me acompanharam. Nessa época os evangélicos não eram tão em moda e espíritas não eram dispostos a se revelarem, pelo menos não as crianças, Então abri as portas para a coragem de se mostrar diferente do padrão (Falou o herói do povo rs) , não precisávamos ficar mais na aula apenas fazer freqüentes trabalhos sobre a nossa religião, no meu caso eu podia falar sobre qualquer coisa, budismo, gnosticismo etc
[Detalhe curioso, descobri anos mais tarde que minha professora tão católica freqüentava centros espíritas, Aff... haja hipocrisia]

Freando minhas lembranças traumáticas de perda de tempo nas aulas de religião e focando a questão de aulas mais viáveis dessa disciplina, ainda insisto, por quê?
[Lembrando sempre que estamos focando o ensino promovido pelo Estado e não estabelecimentos educacionais especificamente religiosos como escolas Católicas ou Presbiterianas por exemplo.]

Por quê? Eu não vejo qualquer coisa que seria abordado em uma aula de religião que não pudesse ser devidamente trabalhando em uma aula de Filosofia, sociologia ou Historia, Sou suspeito para falar, mas acredito que Filosofia chuta religião para escanteio em matéria de necessidade nas escolas, Por Zeus! Acho tão inviável a idéia de ter religião nas escolas que não consigo falar, argumentar a respeito...

Detalhe que me veio à cabeça, com formação em Filosofia posso ser um professor “quebra-galho” de Religião, mas a preferência é para “Padres”?! Porque não pastores ou médiuns chefes de “centros” de candomblé? A coisa é tão enraizada no erro que ninguém quer por a mão na massa e corrigir isso, Afinal o que me difere do padre? Que ele sabe mais de catolicismo que eu? (Geralmente padres são formados em Filosofia e não Teologia que seria a graduação mais coerente para quem quer ministrar aulas de religião) Percebem? Não há muito sentido em nada disso.
Basicamente eu acredito que o ateu seria o melhor profissional para dar aulas de Religião, seria imparcial, pelo menos eu seria e isso daria margem para discussões produtivas que levassem as aulas a idéia que sugeri alguns parágrafos atrás. Mesmo que fosse um padre, que ele então não se prestasse ao papel de dar aulas de “catolicismo”, mas que promovesse a reflexão não dogmática (Difícil).

Mas mesmo assim, com aulas “ideais” de Religião, ainda me pergunto, por quê?
Como “Another Brick in the Wall” é dividida em três partes, Seguirei a idéia e veremos na próxima postagem uma “Parte 3”. Sobre o que mais poderíamos falar sobre isso? Bem, Religião nas escolas me lembra uma temática surpreendente, um ataque direto a nossa inteligência! O movimento Fundamentalista e sua luta para retirar as aulas de biologia (Evolucionismo) das escolas e introduzir aulas de “Criacionismo”...

Sinto até um frio na espinha...

quarta-feira, 15 de julho de 2009

"Another Brick in the Wall"





Lembro-me de todas as escolas por onde passei e buscando no fundo da memória percebi que em todas havia algum símbolo religioso, do quadro de Jesus que nos observava em sala de aula a algumas estátuas de santos...

O que isso tem demais? Pergunto-vos. Aqueles com menos senso crítico podem adotar a postura clássica do “Isso não tem nada haver”. Por outro lado, temos os dogmáticos com coragem de afirmar “Está certo, as crianças e jovens devem ter esse encontro com religião desde cedo”. Então é necessário confrontar-lhes com uma expressão até comum, mas pouco entendida de “Escola laica”.

O termo “laico” vem de “Laicismo” que podemos considerar como uma ideologia ou mesmo corrente filosófica que tem basicamente em sua proposta a separação do Estado e da Religião. Na verdade é bem mais abrangente do que isso, mas a critérios de discussão, isso já me serve de subsidio para argumentar contra a postura das escolas ditas Laicas.

[Laico «laos» (adj: «laikos»), expressão que designava o povo de uma maneira tão abrangente ou tão universal quanto possível. O termo «laos» referia-se, portanto ao "povo todo", a "toda a gente", sem exceção.]

Nas épocas em que a humanidade começava a gozar de uma surpreendente evolução intelectual, A religião tinha que intervir (Afinal, pensar demais é ruim para os dogmas) e com isso foi capaz de cometer uma serie de abusos que podemos constatar olhando para a história, a pressão em cima de Galileu, o “assassinato” de Giordano Bruno na fogueira etc. Essas ações da igreja enquanto poder absoluto na certa não agradava muita gente, Ao longo do tempo (Felizmente) percebeu-se que o domínio religioso não era o mais bem indicado para o progresso da humanidade, daí temos vários eventos importantes que levaram a perda do poder da religião, o próprio laicismo vem a nascer em oposição à interferência da religião na política.

E os países administrados pela religião? Bem, esses são os países “não laicos” e até onde sei não são os mais exemplares para a paz mundial. É evidente que não podemos ter a religião como administradora do Estado, simplesmente pela própria diversidade religiosa (Ou no meu caso a falta dela), para descrever basicamente o que eu acho, há um vídeo perfeito para elucidar essa questão, Trata-se de um discurso de Barak Obama:

http://www.youtube.com/watch?v=_IHQr4Cdx88

Para quem tiver uma net lenta como eu, transcrevo o que ele diz:

“Dada a crescente diversidade das populações dos EUA,
Os riscos de sectarismo estão maiores do que nunca, O que quer que nós já tenhamos sido, Nós não somos mais uma nação cristã, Pelo menos não somente. Nós também somos uma nação judaica, uma nação muçulmana e uma budista, e uma nação hindu e uma nação de descrentes, (Aeeee Obama!)
E mesmo se nós tivéssemos apenas cristãos entre nós, Se expulsássemos todos os não-cristãos dos EUA, O cristianismo de quem nós ensinaríamos nas escolas? Seria o de James Dobson, ou de Al sharpton? (Nunca ouvi falar)
Que passagens das escrituras deveríamos instruir as nossas políticas publicas?
Deveríamos escolher o levidicos? que sugere que as escravidão é aceitável? que comer frutos do mar é uma abominação? Ou poderíamos escolher o Deuteronômio, que sugere apredeijar seu filho se ele se desviar da fé? Ou deveríamos ficar apenas com o sermão da montanha? Uma passagem que é tão radical que se é de duvidar que o nosso próprio departamento de defesa sobreveria a sua aplicação.
Nós...Então, antes de nos empolgarmos vamos ler as nossas bíblias agora. As pessoas não têm lido a bíblia. O que me trás ao meu segundo ponto:
Que a democracia exige que aqueles motivados pela religião traduzam suas preocupações em valores universais, ao invés de específicos de uma religião,
O que eu quero dizer com isso?
Ela quer que as propostas delas estejam sujeitas a discussão e sejam influenciadas pela razão.
Eu posso ser contrario ao aborto por razões religiosas, para tomar um exemplo, mas se eu pretendo aprovar uma lei proibindo a pratica, Eu não posso simplesmente recorrer ao ensinamentos de minha igreja ou invocar a vontade divina;
Eu tenho que explicar porque o aborto viola algum principio que é acessível a pessoas de todas as fés, incluindo aqueles sem fé alguma. (Ah eh ...obama! ...obama! rs )
Agora isso vai ser difícil para aqueles que acreditam na inerrância da bíblia, como muitos evangélicos acreditam,
mas em uma sociedade pluralista nós não temos escolha,
A política depende da nossa capacidade de persuadir uns aos outros de objetivos comuns com base em uma realidade comum, ela envolve negociação,
A arte daquilo que é possível, E, em algum nível fundamental, a religião não permite negociar é arte do impossível. Se deus falou espera se que os seguidores vivam de acordo com os éditos de Deus, a despeito das conseqüências, Agora basear a vida de uma pessoa em compromissos tão inegociáveis pode ser sublime, Mas basear nossas decisões políticas em tais compromissos seria algo perigoso, Se você duvida disso, deixe me dar um exemplo:
Nos todos conhecemos a historia de Abraão e Isaac,
Abraão foi ordenado por deus a sacrificar seu único filho,
sem discutir ele leva Isaac montanha a cima até o topo e o amarra ao altar,
Levanta sua faca, prepara-se para agir... Como deus ordenara.
Agora nos sabemos que as coisas deram certo;
deus envia um anjo para interceder bem no ultimo minuto.
Abraao passa no teste de devoção a deus.
Mas é justo dizer que qualquer um de nós , ao sair desta igreja visse Abraão no telhado de um prédio levantando sua faca, nós iríamos no mínimo , chamar a policia e esperaríamos que o departamento de Serviços as crianças e a família tirasse aguarda de Isaac de Abraão.
Nós faríamos porque nós não ouvimos o que Abraão ouve,
Nós não vemos o que Abraão vê.
Então o melhor que podemos fazer é agir d e acordo com aquelas coisas que todos nós vemos e que todos nós ouvimos.
A jurisprudência é o bom senso básico. Então nos temos algum trabalho a fazer aqui,
Mas eu tenho esperanças que nós podemos transpor o hiato que existe e superar os preconceitos que todos nós , em maior ou menor grau, trazemos a esse debate.
Eu tenho fé que milhões de americanos crentes querem que isso aconteça.
Não importam o quanto religiosos eles possam ser ou não ser,
As pessoas estão cansadas de ver a fé ser utilizada como ferramenta de ataque,
elas....Elas não querem que a fé seja usada para diminuir ou para dividir.
Porque no fim, não é dessa forma que elas vêem a fé nas suas próprias vidas”.


Perfeito! Boto “fé” nesse cara. O que devia ser lógico costuma não ser claro para as pessoas porque cada uma vive em seu mundinho de dogmas e acha que devemos engolir suas crenças, Por Zeus!
(Certo dia cai no blog de um pastor evangélico que fazia campanha contra Obama, ele tinha uma seqüência de raciocínio no mínimo “interessante” para não dizer ridícula de que Obama é uma manifestação das “forças do mal”.)

Mas o que tudo isso tem a ver com a escola? Bem, Para quem não deduziu o desfecho da reflexão que proponho aqui, vou esclarecer: A escola é responsabilidade do Estado e este por sua vez deve ser “laico”, daí o termo Escola laica, Perceba que não critico uma instituição que seja oficialmente religiosa, temos escolas católicas, tudo bem! Os pais colocam seus filhos onde quiserem e podem optar por uma escola que tenha a vertente religiosa da família, nada demais com isso. Mas o estado não pode e nem deve adotar uma postura religiosa nesse sentido por dizer respeito a todos nós, e “todos nós” não temos as mesmas crenças!

Visualize uma criança mulçumana que vive entre nós chegar em uma escola de “todos” do nosso então dito pais democrático e se defrontar com símbolos religiosos, Opa! Para que um exemplo radical desse? Vamos contextualizar para a realidade brasileira, Imagine um jovem evangélico encontrando imagens de santos na escola que freqüenta, sabemos que para a maioria dos evangélicos as imagens são idolatria dos católicos (O que eu concordo perfeitamente), ou um jovem Judeu tendo aula com um quadro de Jesus olhando para ele, isso pode até não parecer nada demais, mas é desrespeitoso sim, agride a liberdade e direito das pessoas, pois as escolas públicas são do Estado, são de todos e quem tem o direito de definir qual é a religião correta? Certamente não vai ser a escola quem vai nos dizer isso, não é esse o papel dela...

“Nunca deve valer como argumento a autoridade de qualquer homem, por excelente e ilustre que seja... É sumamente injusto submeter o próprio sentimento a uma reverência submetida a outros; é digno de mercenários ou escravos e contrário à dignidade humana sujeitar-se e submeter-se; é uma estupidez crer por costume inveterado; é coisa irracional conforma-se com uma opinião devido ao numero dos que a têm...É necessário procurar sempre, em compensação, uma razão verdadeira e necessária... e ouvir a voz da natureza.
(Giordano Bruno. In Rodolfo Mondolfo. Filosofia da Renascença. São Paulo, Mestrejou, 1967)

É por isso que queimaram ele...




NOTA: O que tudo isso tem haver com "Another Brick in the Wall" ?
(Sim, música do Pink Floyd) Bem, esse é o exercício de casa...