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quinta-feira, 12 de dezembro de 2019

Greta e a linguagem de parquinho





A jovem Greta Thunberg nasceu em Estocolmo (Suécia) em 3 de janeiro de 2003. É uma ativista ambiental e ganhou tanto destaque que foi eleita a personalidade do ano pela revista Time, assunto que por si só já deve ter a feito passar pela sua timeline.

O ativismo de Greta gira em torno das questões ambientais, precisamente, ela cobrou dos políticos de seu país uma postura mais atenta às mudanças climáticas, participando de protestos, militando na internet e fazendo “greve de escola”.

A comunidade científica está a um bom tempo tentando explicar para galera que o capitalismo "selvagem" está impactando diretamente na natureza e passou da hora de pisar no freio, Então uma garotinha entendeu isso e fez dessa situação sua bandeira, enquanto que outros adolescentes abracem bandeiras como anarquia, feminismo, etc. Greta se encontrou na militância ambiental ...

Contudo, aparentemente, uma menina de 16 anos causa tanto incômodo que parte das abordagens sobre ela que ando vendo na internet são basicamente para desacreditá-la, diminuí-la, muitas vezes pelo deboche, como se vê no vídeo que esbarrei (Imagem dessa postagem): 

Basicamente, Greta fica aparentemente confusa e não responde a pergunta, a trilha sonora editada, contribui para dar um clima de “comédia”, os comentários consequentemente são uma onda de deboches ...

Vemos basicamente a falácia preferida dessa galera que aparentemente fica incomodada com uma menina de 16 ter atenção por querer “salvar o planeta”, estamos falando do “ad hominem”, aquela velha história do não consigo combater a ideia da pessoa, então vou atacá-la no lado pessoal.

Agora vamos ao fatos, Greta é diagnosticada com TDAH , transtorno obsessivo-compulsivo, síndrome de Asperger e mutismo seletivo, esse último caracteriza-se por justamente pela situação de não querer falar em certas situações (No mundo adulto o diagnóstico vira “fobia social”). Agora pega essa informação e junta com o TDAH, que por sua vez é a desatenção/hiperatividade inconsciente (Resumindo grosseiramente), você percebe que situações como a do vídeo devem ser muito frequentes?

Fazer piada com isso não só é uma mesquinhez, uma ignorância sem tamanho, como simplesmente NÂO tira a razão da militância dela!

O que me faz pensar o quanto estamos em tempos tenebrosos, onde ao invés de entender que a menina está certa, “Temos que cobrar dos nossos políticos metidas ambientais e conscientes”, a pessoa ignorante se propõe a: “Essa pirralha só quer aparecer”, “ela nem sabe falar em público”, “Tem um outro cara que fez muito mais pelo planeta” ou, dos piores, “ela precisa de sexo”.

Greta não é a única que ao ganhar destaque por alguma coisa virtuosa, passa a ser atacada ao invés de ter a ideia ouvida. Assim, nos deparamos com a “linguagem de parquinho”, sabe? Aquela treta de criança, quando não se tem a razão ou o coleguinha ganhou um elogio e bate uma inveja, a criança bate o pé e diz algo como: “bobo feio!” e sai pisando duro.

Aí te pergunto: Se Greta for um fantoche, ser viciada em drogas, ser satanista, ser qualquer coisa que não te agrade, isso muda o fato de que devemos ter consciência ambiental? Que a ganância do homem está f%d&*do a natureza? 

...

Simplesmente, o culto da ignorância, da baixeza humana está vencendo, estamos naqueles momentos da história que é uma ladeira abaixo sem previsão de freio ...




quarta-feira, 20 de novembro de 2019

“O mês da consciência negra é o mês da consciência humana”




Basta chegar essa época do ano e Morgan Freeman (ator) vai aparecer na sua rede social falando que não deveria existir um “mês da consciência negra”, provavelmente, um amigo vai surgir com aquele papo de que o certo, é a “consciência humana”. Que defender esse "papo de um mês diferenciado" é uma forma de aumentar o racismo!

Eu mesmo já escrevi um texto certa vez, para os eventos escolares do mês da consciência negra, onde eu falava da importância da consciência humana, onde levantei que o berço da humanidade era o continente africano, que taxar “raças” era no final das contas, um erro ... Mas minha concepção não era essa de que é um erro tirar um dia, 20 de novembro, ou o mês todo para se falar em consciência negra, pelo contrário.

Freeman e os simpatizantes de sua fala (levemente descontextualizada), tem a ideia de que se não falássemos disso, uma hora seria tudo normal, que não haveria diferenças. 

Contudo, deixe -me propor um raciocínio diferente:

Eu não combato qualquer tipo de injustiça fingindo que ela não existe ou deixando de falar nela. Se meu filho vê que existe racismo e eu não o “ensinar” que isso é errado, ele vai crescer achando que aquelas atitudes racistas estão corretas, que são “normais”, que a cultura é “isso ai mesmo”.

O mês da consciência negra, não é um privilégio, não é para ser só diferente, é para lembrar que outrora a “humanidade” não era tão humana assim, e que aqueles tendências infelizes ainda persistem hoje em dia, muitas vezes discretas, disfarças de “direito a opinião”, de “brincadeira” etc.

Preconceito existe! As ciências sócias/humanas estão aí denunciando, baseadas nas estatísticas e análises das ciências exatas, basta um instante de estudo do tema, e você vai perceber que aquela história absurda de “orgulho de ser branco”, é na verdade, simplesmente estupidez de alguém que não consegue enxergar o mundo como realmente é.

Esse período, é um momento para lembramos de nossa condição humana, do que entendemos como ser humano, de nos conscientizar de injustiças para eventualmente combate-las!

O mês da consciência negra meus queridos, é também, o mês da consciência humana ...


terça-feira, 6 de agosto de 2019

EU TE DESEJO A SORTE DE UM AMOR TRANQUILO



Paixão é desgastante, só na adolescência em que se é pura energia ela parece felicidade, contudo, com o tempo percebemos o que realmente é: sofrimento.
Paixão é isso, sofrimento, é a angustia, é o ciúme, a gula pelo ser … Aquela ilusão quase que lúdica de que o nosso vazio existencial pode ser preenchido com o outro, ou melhor, pelo sentimento da paixão. Mas que lentamente se mostra insaciável uma vez que não é “aquilo ali” que vai te dar a paz.
Já o amor, esse é tranquilo, a própria essência dessa tão esperada paz.
Que delícia é amar sem ter que se preocupar em mostrar, pois simplesmente está lá, no silêncio que contempla a simples presença, ou mesmo naquele sorriso que brota sem a presença, pelo simples lembrar.
Sem jogos, sem aparências, sem cobranças fúteis, sem angústia …
Ah! Que delicia é amar. Onde fazer qualquer coisa ou nada, vai lhe render um sorriso espontaneamente feliz …
Pois é, eu te desejo a sorte de um amor tranquilo.


Essa foi  a minha primeira postagem pela pagina oficial do Clube dos literatos, antes, estávamos postando pelo jornal Folha de Barbacena
O projeto reúne vários escritores  barbacenenses, vale a pena conferir.

segunda-feira, 24 de junho de 2019

Na moda do desapego




Reza a lenda (ou melhor, O mito grego) que os seres humanos eram, a princípio, grudados entre si, sento portanto um só ser (Duas cabeças, quatro braços etc). Contudo, Zeus nos partiu ao meio e nos levou a uma condição de busca pela nossa outra metade.
Tal relato milenar explicava para o sujeito antigo porque queremos tanto alguém, a tal outra metade da laranja, a alma gêmea etc.

E na história, houve períodos em que o amor era a inspiração dos poetas, o sofrimento da paixão era romantizado. Mas os tempos são novos, são velozes ... “Líquidos” como dizia o simpático Zygmunt Bauman.

Muitos veem essa angustia como ultrapassada, pois a modernidade que foca o “indivíduo”, lhe convoca a realização pessoal e certo “desapego” se tratando de amor.

Não há nada errado com isso. O desapego é bom, o amor próprio é um ideal, afinal como amar alguém senão amamos a nós mesmos? Qualquer tentativa de um relacionamento que esteja ancorado na carência e na incompletude tende a ser frustrante.

Mas, talvez toda essa condição, tenha gerado a “moda do desapego”, como se as relações fossem um jogo onde quem se importa menos “ganha”. Afinal, a modernidade lhe deu o “poder” de não se esforçar muito para algo dar certo.

Aquela moça ou rapaz bonito, quando se veem em um relacionamento que não é perfeito ou “ideal”, facilmente podem migrar para outro na busca dessa “perfeição”.  Aquele amigo te chateou? Ora! Que tal acreditar naquela ilusão de mais de mil amigos do Facebook?

Se como eu você tem mais de trinta, lembra-te de sua juventude, quando você poderia se apaixonar com alguém na rua, mas provavelmente nunca mais veria a pessoa. Vai me dizer que só eu era bobo assim? (risos). Hoje, a conectividade deixa as pessoas absurdamente mais próximas e antagonicamente distantes ...

Ninguém completa ninguém, mas podemos ter uma agradável companhia nessa jornada existencial. Porém, a banalização do “desapego” no fim da história, contribui é para que cada vez mais as pessoas se sintam sozinhas ...

Outrora as pessoas sofriam tanto por amor que se matavam, a cultura era marcada pela exaltação da realização do amor e consequentemente da felicidade. Nesse sentido, estamos bem melhor ao entendermos que a felicidade é uma condição pessoal e pode estar “ou não” na realização do amor.

Contudo, a banalização do desapego pode nos transformar naquilo em que todos temos repulsa, pessoas egocêntricas que não se importam com nada ou ninguém além de si mesmas.

“Mas eu não vou sofrer com quem não merece!”

Calma! É justo! Mas quantas pessoas do bem podemos estar perdendo ou deixando de ajudar por não querermos dar alguma importância? Percebeu que do tema amor chegamos a qualquer tipo de relação?

Então, que tal mandar uma mensagem para alguém que tu acha que te esqueceu? Se importar não é fraqueza, hoje em dia mais do que nunca, a gente tem que ser muito forte para demonstrar que se importa ...

Na moda do desapego, eu sigo promovendo amor ...



sexta-feira, 17 de maio de 2019

“Você não é todo mundo”




É bem provável que essa frase tenha saído da boca de sua mãe, mal sabia você que isso já era uma lição de lógica.

Eu deixo muito a desejar em relação as aulas de lógica em Filosofia, mas vejo que se faz cada vez mais necessário um mínimo de noção.

Compreender o perigo das falácias e como estas podem ser usadas para doutrinação intelectual, como as correntes de uma ideologia podem prender as pessoas e transforma-las em “massa”, definitivamente é essencial para se ter uma escola que promova a liberdade dos seus educandos.

Veja bem, Participar de movimentos ou defender certas bandeiras não é o problema, a questão é: Você analisou bem a situação para decidir seguir tal caminho? E quando digo analisar, não é só ver o videozinho do seu youtuber favorito que replica as mesmas ideias da sua ideologia, ou compartilhar "memes zueiras" que apenas debocham e reforçam as suas convicções, pelo contrário, é refletir criticamente as próprias convicções! 
(A "bolhas sociais" são a nova "Caverna de Platão")

Compreender que certos argumentos são apenas uma desonestidade intelectual manipuladora é essencial. Mamãe já te alertou para uma: “Se muitos fazem uma coisa, não significa que você também fará”, e o mesmo vale no sentido oposto: “Não é porque uns fazem algo, que você vai poder dizer que todos são assim”.

Tem alunos maconheiros nas federais? Claro! Mas você pode dizer que são todos?
Todos os padres são pedófilos?
Todos os pastores são ladrões?
Obvio que não!

Então, por que alguém usa esse tipo de argumento para criticar a ideologia diferente? Pegar um caso especifico para generalizar (Dicto Simpliciter) e desmerecer toda uma causa, é desonestidade sim! 

E pior, com você mesmo.

Por uma questão de “ego” ou “vaidade”, é difícil admitir que erramos, mas errar é humano! É assim que evoluímos, aprendendo sempre, principalmente com os vários enganos que teremos nessa jornada da existência.

Marcos A.Faria





“Só tem convicções aquele que não aprofundou nada”.



domingo, 28 de abril de 2019

Tudo se resumindo a vaidade?




Eu não consigo resgatar qual era a situação que levou a explicação de uma professora em meus tempos de faculdade sobre a palavra “vaidade”.

Mais significativo do que toda aula, foi refletir sobre o que ela disse ao explicar que a origem da palavra, vem de “vazio”. 

O sentimento da vaidade é a constatação do vazio que sentimos em nós, daí a necessidade de criamos uma “aparência” a ser admirada, nosso desejo de que os outros nos atribuam alguma importância.

Estamos marcados em uma época que podemos perceber isso mais do que nunca, “postamos” coisas por mais insignificantes que sejam como um grito, como um apelo pela atenção de quem quer que seja, e por mais que se tenha a repercussão desejada, esse instante é fugaz, pois é só “aparente”, não preenche nada dentro das pessoas.

Enquanto uns querem ostentar sua beleza física, outros buscam mostrar o quanto são inteligentes ou “descolados”, discussões podem não dar em nada além de raiva quando alguém tem que questionar as próprias convicções e ter que admitir que não estava tão certo assim, pois a “vaidade” gera a necessidade de parecer “vencedor”. E o objetivo do debate não deveria ser esse, mas sim o amadurecimento das ideias em vista do bem ou do mais correto.

Nas relações, sejam de qualquer natureza, percebe se que o jogo do “não dar importância” é constante, não teria a ver com o que eu acabei de falar? Se as pessoas em seu subconsciente desejam a atenção e que o outro lhe de toda a importância que puder (E ainda sim, não será suficiente) é provável que o contrário seja o ataque mais destrutivo possível, o “não dar importância”.

E tudo isso para que?

Nós desgastamos para sustentar a estética, deixamos de amar e dar valor pois queremos ser mais, ignoramos verdades para nos acomodarmos em ilusões, magoamos e sofremos escondidos, fazemos o mal para os outros e para nos mesmos simplesmente para nos iludirmos que temos alguma importância ou que nossas vidas tenham um significado, mesmo que seja “aparente” ...

... por pura “vaidade”.





[A imagem ilustrativa de hoje, refere-e ao mito de Narciso, que por sinal já usei em algumas aulas de Filosofia, não conhece? clique aqui]

[Lembrei me o contexto da tal aula: Conta-se que certo dia Sócrates e seus discípulos estavam passeando pelo comércio e em um dado momento ao observar as joias, utensílios de beleza etc, o filosofo disse: Veja de quantas coisas os homens são escravos. Ao ouvir aquilo, Diógenes teria encontrado o sentido de toda a sua filosofia, tornou se um mendigo e pregava autodomínio, liberdade e certa superação dos desejos supérfluos ...  ]



quinta-feira, 17 de janeiro de 2019

Entre o céu e o inferno - A gênese do fim



Saudações! Estou aderindo ao WATTPAD, O meu 1º livro (2011) vai ser disponibilizado lá, paralelamente, tentarei manter outros textos. Abração!

"A mística cidade de Valis tornar-se-à improvável cenário de eventos que influenciarão diretamente no rumo de toda a humanidade.
Um misterioso e apático jovem, um anjo terrestre, uma bela clarividente e um demônio aparentemente sem escrúpulos serão a chave para a salvação do mundo ou seriam eles sua perdição?
Entre o céu e o inferno nos traz uma saga de amor, dor, destino e redenção divina.
O que o plano celestial teria reservado para esses jovens?"
Clique  e confira: Entre o céu e o inferno - A gênese do fim