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segunda-feira, 9 de agosto de 2021

Bolsonarismo e a Ordem da Fênix


Como muitos já devem ter imaginado, sim, o título é uma alusão ao filme Harry Potter e a ordem da Fênix. Embora eu seja um entusiasta da cultura pop (Sou nerd/geek mesmo rs) a saga do jovem bruxo não me conquistou, tentei ler e parei, tentei ver os filmes mas larguei no primeiro, mesmo com praticamente todos do meu círculo de amizades apreciando a franquia, eu não avancei até os últimos dias ...

Recentemente resolvi ver todos os filmes (no momento faltam os dois últimos) e inusitadamente a Ordem da Fênix me deu um estalo para querer fazer essa infame analogia do bolsonarismo com eventos que ocorrem no filme.

Contextualizando, o grande vilão surge, aquele que não se pode falar o nome está entre nós, logo, era de se esperar que diante de uma grande ameaça, a comunidade dos bruxos se organizasse, os líderes traçassem planos de contingência para enfrentar esse mal certo?

Errado! Como acontece na realidade brasileira diante de um inimigo concreto, o Ministério da Magia liderado por Cornelius Fudge (Robert Hardy) acredita que tudo isso é conspiração para tirá-lo do poder, decide negar os eventos testemunhados por Harry Potter (Daniel Radcliffe) buscando desacreditá-lo e até mesmo culpar o jovem bruxo por eventos que estão obviamente ligados ao retorno do grande vilão.

Isso não lhe parece familiar? Mas não para por aí! O ministério da magia decide que a escola de magia de Hogwarts está corrompida! Os bons costumes estão sendo perdidos e é preciso resgatá-los, assim entra em cena a personagem Dolores Umbridge (Imelda Staunton) uma falsa puritana que em nome do que é o certo transforma a escola de magia numa pequena ditadura, com direito a torturas e tudo para manter a ordem e resgatar os valores “corretos”.

Dolores incorpora uma espécie de “cidadão de bem”, cheio dos valores que julga ser o correto e não tem percepção mínima de que se transforma em um excremento humano promovendo dor (literalmente as vezes) com suas ideias. Uma personagem tão odiável que nos pegamos desejando uma morte cruel para a mesma, só fazendo Nietzsche soar em minha mente com sua célebre reflexão: Aquele que luta com monstros deve acautelar-se para não se tornar também um monstro. Quando se olha muito tempo para um abismo, o abismo olha para você”.

A gente pode rir de nervoso dessas coincidências, o mal transvestido de bem, negacionismo conveniente etc. Mas tudo isso só me fez pensar como que a arte seja ela qual for, está sempre denunciando as várias facetas do mal, ou melhor da ignorância, essa sim, o grande e verdadeiro mal.

Cresci vendo em novelas e até filmes, pilantras usando o nome de Deus para se passarem de bons por exemplo, para chegar à vida adulta e testemunhar fatidicamente que isso é real e que outros adultos que também viram essas mesmas coisas, são capazes de seguir acreditando em político que usa nome de Deus ... Só mais uma coincidência com Harry Potter, os trouxas são definitivamente trouxas ...

 

OBS: É infame a comparação da imagem,  Voldemort é realmente poderoso e tem certa inteligência, algo incompatível com o energúmeno, nosso presidente estaria mais para o bostão do ministro da magia Cornelius , mas esse pelo menos, quando viu a merda que fez, reconheceu.