Pesquisar este blog

sábado, 24 de outubro de 2009

É matemáticamente viável acreditar em deus...




Há muito tempo já havia escrito algumas postagens para um blog ateu, por sinal “Por Zeus!” chegou a existir há muito mais tempo, contudo, por uma questão de tempo não segui com o projeto e acabei deletando o blog.
(Por sinal, uma situação que voltou, mas não vou largar o blog rs)

Mas resolvi retornar e como havia perdido meus esboços tive que começar do zero, mas me lembro de alguns e hoje retorno uma dessas idéias que abriria margem para uma nova seqüência!

Sobre os argumentos a cerca da existência de deus! Sim! Porque deus é uma teoria, e o ônus da prova cabe ao teísta. Ou seja, não sou eu que tenho que provar a inexistência de deus, mas sim que provem que ele exista, uma questão até lógica uma vez que nada é obvio ou explícito nesse assunto, Afinal viu deus hoje? Eu não...
(Há claro, “sinais” não é? Você “sente” não é? Ok...)

Iniciamos com um clássico no mundo da filosofia, o argumento matemático de Blaise PASCAL (1623/1662), algo que eu já tinha visto e lido certa vez na faculdade, mas não dei importância porque achei “bobo” demais, só fui dar atenção ao ler a revista FILOSOFIA, Ciência & Vida N° 27 que tinha uma entrevista com Luiz Pondé onde em um determinado momento esse assunto é tocado, e para nos esclarecer essa questão, usarei as próprias palavras dele:

“Pascal era um matemático, está nas bases do calculo infinitesimal, era um cientista de fato. Sua aposta consiste no seguinte: Se você apostar que Deus não existe e viver como se Deus não existisse, aparentemente você ganha porque fez o que quis da sua vida. Agora, se apostar que Deus não existe e Deus existir, ai perde tudo. Porque a sua vida aqui é finita, mas você vai perder infinitamente no pós-morte. Isso quer dizer que racionalmente, do ponto de vista matemático, a crença em Deus é muito melhor do que a descrença em Deus porque se deus existir você perde sua condição infinita, com isso ele quer provar que toda vez que você aposta contra o infinito você perde. E como o infinito está em jogo, ou seja, a imortalidade da alma, apostar contra ela te leva sempre a perder, porque ela é infinita...”

(Obrigado pela contribuição, Eu não explicaria melhor, pelo menos não sem debochar)

Tem sentido? Por um lado simplista até que sim, mas vamos problematizar esse argumento com duas questões básicas que sabe se lá porque Pascal ignorou:
Primeiro: De qual deus estamos falando?

Sim! Porque não é uma questão de crer ou não crer em deus, mas de crer e não crer em qual deus? Seguir um modo de vida de acordo com qual doutrina religiosa? Bem, esse cálculo deixou de ser uma continha para virar aquelas equações que o professor passava no quadro e a gente nem sabia mais onde tinha começado. [Os homens bombas não devem contestar a lógica desse argumento, contudo, o deus deles não parece com o deus de um monte de gente...]

Segundo: A crença é necessária para a conduta moral?

Na época medieval, o homem moral era apenas o homem temente a deus (religioso), mas bastou à “Idade das trevas” dar lugar ao “Século das luzes” (Iluminismo) para entendermos que a moral é Laica, independente de religião, pois pode ser basicamente desencadeada pela própria “razão”. Logo, um ateu pode viver uma vida sem crer em deus e acabar seguindo uma postura religiosa de certa maneira, Por Zeus! E o que deus diria?

Você vai para o inferno por não crer em mim!
(God)


Mas eu fui uma boa pessoal, honesto, um pai amável e esposo fiel...

(Ateu surpreso)


Não interessa! Você não me louvou nos domingos
(Ou sábados se preferir)
Vai para o inferno!
(God)

Acho que isso não tem sentido algum não é mesmo? Pascal como tantos outros foi um gênio, mas tinha umas idéias estranhas, Não estou criticando ele enquanto filósofo (Muito menos Luiz Pondé, que usei aqui apenas para elucidar a questão), meu foco aqui é o argumento dessa questão. Acho que não precisamos prolongar essa questão...

Na próxima postagem, algum outro argumento clássico sobre a existência de deus... Sobre a “perfeição” do mundo, a necessidade de um “início”, “sentido da vida” etc.
Abraço