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quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Não se discute Política e Religião...Só Futebol


Depois da minha crítica à matéria da revista época sobre “A fé que faz bem a saúde” um amigo me passou outra edição com uma matéria que seria do meu interesse, intitulada “Deus é pop”. Não achei nada demais em uma primeira vista, comecei até achar legal algumas coisas mas fiquei aborrecido com algo...

Segundo a matéria, pesquisas recentes feitas por um instituto alemão mostram que os jovens brasileiros são religiosos (95% contra os 99% que mencionei em postagens anteriores rs) e que “Deus é Pop” .

Até ai tudo bem, não dou a mínima para modismos, de certa maneira me doe o coração o mal de tanta hipocrisia coletiva, Afinal segundo a mesma pesquisa 65% dos jovens se dizem “profundamente religiosos”, você acredita? Eu não, Mas o que realmente me chamou a atenção na matéria da revista foi que em uma das pesquisas mostrava que para os jovens a religião é mais importante que política.

Ora! Transcrevo isso da seguinte maneira “Que reivindicar/lutar pelos nossos direitos o que! Vamos rezar e confiar em deus!”.

Bem, esse era o pensamento medieval dos ignorantes por sua vez era energizado pelo povo esperto que tinha tudo e se mantinha nas costas dos pobres coitados, afinal, “Felizes são os pobres porque deles é o reino do céu” não é mesmo?
Até entendo isso me baseando em dois fatores: O desinteresse por política é típico em países subdesenvolvidos, é comum perder a esperança e desacreditar na Política e coisas a fins é o tal do sentimento “As coisas não mudam”.

Aí “entra um consolo” (literalmente falando porque no fim a gente leva ferro) que é a religiosidade. Muitos conhecem a celebre frase de Karl Marx “A religião é o ópio do povo” que infelizmente tem um alto teor de verdade. Eu deixei de ser marxista há muito tempo principalmente porque me desapeguei da idéia de um “sistema” como uma “entidade consciente” ou que exista “ricos” motivando a ignorância dos pobres para se manterem no alto da pirâmide. Hoje em dia, o nosso problema é ignorância que gera ignorância e mantêm um circulo vicioso de difícil ruptura. O povo ignorante vota em pessoas ignorantes que não vão consertar os erros do sistema, mas que vão na maioria das vezes manter o erro ou até piorar a situação.
Segundo, é muito confortante deixar tudo na mão de deus, frases como “Se deus quiser”, “Foi à vontade de deus” estão tão presentes no nosso vocabulário como “Bom dia” (Acredito que até mais). Além do mais, em um país com uma criminalidade em alta ter deus ou anjo da guarda nos protegendo do mal é muito confortante.
[O que me lembra a piada do Gentile sobre o papa móvel ser à prova de balas “Poxa! Se deus não protege nem o Papa eu estou fudido!”]

Aí Está! deus quis que uns meninos de rua passassem fome, crescessem revoltados e cometerem atrocidades? Não, isso é um exemplo de uma questão social que diz respeito ao mundo material, por sua vez, de nossa responsabilidade. Deixar na mão de deus é fugir dos problemas, é fugir da realidade e viver no faz-de-conta...
[Não é surpresa que em países de primeiro mundo as porcentagens de ateísmo chegam a valores consideráveis]

Percebemos o grau de alienação, muitas vezes as pessoas não desenvolvem qualquer reflexão sobre suas crenças, sobre o tal deus, mas são capazes de confiar nele como a coisa mais real e exata da face da terra! Por Zeus!

Mas sabe de uma coisa? Tudo isso é uma grade hipocrisia, (Um atributo freqüente da religião) duvido realmente da validade da conclusão da matéria. O povo se dizer religioso, mas não é tão simples assim, faça a pergunta “Acredita em deus?” e a maioria responde que sim, mas basta fazer algumas perguntas mais “profundas” sobre isso e as pessoas não sabem responder, simplesmente por que a crença é um comodismo cultural.

Quer ver?

Um dos gráficos a cerca do “Credo do jovem brasileiro” mostrava que 66,2% eram católicos, apenas 18,8 protestantes e que os 15% restantes se dividiam em:

7,9% “Sou religioso, mas não sigo nenhuma” (A opção: Lado independente de religiões do Orkut) Tenho a impressão que essa porcentagem devia ser mais alta.
4,0% Ateu, Não têm religião (Tudo isso? Pega o champanhe!)
1,4% Espírita (Para tudo! Sério? Esperava um número bem maior)
1,4% Outros e 0,3% não sabiam opinar.

Paralelamente, a esse gráfico temos outro com questões específicas como a reencarnação, nele percebemos que 67% acreditam que tiveram outras vidas, ou seja: “Estranhamente” apenas 4% são Espíritas, porém mais da metade acredita em “reencarnação” algo que não consta na doutrina católica!!!

Aêêêê! As pessoas não sabem nem no que acreditam direito!

Uma coisa é você acreditar em deus e outra é ser religioso, se você acredita na bíblia então devia saber mais sobre ela para entender qual é a dos dogmas e regras religiosas seja qual for a sua vertente de interpretação. Acho muito interessante que algumas “igrejas” estejam aceitando os homossexuais, por exemplo, muito legal (Eu não tenho nada contra), contudo sabemos que deus (Javé, Jeová etc.) proibia isso e não creio que a passagem bíblica seja aberta a uma interpretação diferente, é bem claro o que ele diz e manda fazer nesse caso.
(Mas se a gente fingir que não existe o antigo testamento podemos ficar só com o carismático Jesus, que no final das contas está me saindo um filho rebelde e contradizendo as vontades do pai que criou a legislação divina, pelo menos o povo gosta de interpretar assim)

Ou seja, o povo não entende nada de Política e nem de Religião, mas saca de futebol, que é uma beleza! O que me lembra: quanto que é 10% do que o Kaká ganha? Imagina o dizimo que ele paga para o Pastor! E mesmo assim o teto daquela igreja era vagabundo?

Lembrando das questões sobre religião e escolas das postagens anteriores, proponho mais uma coisa obvia que não entendo porque não é regra: Deveria ter uma disciplina sobre Política nas escolas, não Política em si, algo como “Cidadania” embora esses conteúdos sejam previstos em Sociologia e Filosofia, deveriam ter um enfoque maior, bastava tirar essas aulas idiotas e completamente inúteis de religião e teríamos espaço para tal coisa;

Mas como disse, o sistema é um circulo vicioso da ignorância e mesmo que pintasse um governante com essa concepção racional, a “idiocracia” ia achar ruim...