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sábado, 6 de abril de 2013

Se Deus não existe, por que se preocupar tanto com ele?




Há muito tempo eu estava desanimado com “Por Zeus!”

Afinal, expressar meu ateísmo era um desabafo interessante para mim. Contudo, a internet já está cheia de conteúdo do gênero e uma luta estranha entre teístas e ateus se faz cansativa, depois de muito tempo, os mesmos assuntos, as mesmas brigas, etc

Eis que em uma leitura mensal da revista “Filosofia: Ciência e vida”, mais precisamente na matéria: “O ponto de deus” do PhD. João de Fernades Texeira foi abordado o conflito complexo entre teístas e ateus, e a seguinte questão foi tocada:

“Se, afinal de contas, Deus não existe, por que se preocupar tanto com ele?”

Uma resposta apropriada (E inteligente) de João de Fernandes :

“A motivação principal desses autores (Ateus) não é a religião em si, mas as suas conseqüências institucionais e sociais , sobretudo quando elas adquirem um obscurantismo fanático. Se houve épocas remotas nas quais  a religião teve papel social benéfico, isso durou muito pouco. Já faz tempos que a religião é ópio do povo (Marx), ilusão (Freud) ou até mesmo delírio (Dawkins)”.

De certa maneira isso me lembrou o propósito inicial desse blog: Promover a reflexão sobre tais temas, tentando ao máximo não ofender ninguém, buscando apenas melhorar os conceitos, obviamente, melhorar os meus próprios conceitos também...

Em tempos de gente fundamentalista/dogmática e intolerante assumindo a comissão de direitos humanos que deveria promover justamente a tolerância e ameaça direta ao estado laico... 

Sim, ameaça ao estado laico!

Por Zeus!  

Se o Estado não for mais "laico", as regras serão ditadas por qual deus? 
Odin?, Alá?, Zeus?, Vishinu?, Rá?, o Bíblico? 
Mas de qual interpretação? dos Testemunhas de Jeová? dos católicos? evangélicos? Judeus? Protestantes? Espíritas?
A idéia é tão estúpida que... que... que me deixa sem palavras...

Percebo que meu papel é pequeno, só mais uma vela acesa... Mas como li certa vez:

“É melhor acender uma vela do que praguejar contra a escuridão” (Adágio)

Todas as pequenas formas de expressão são válidas quando vista em um todo, pertenço a um movimento que não luta contra deus, mas contra abusos disfarçados...

Não quero converter ninguém ao ateísmo, você pode acreditar no que quiser (Se isso te faz uma pessoa melhor, siga em frente) Mas é de costume um teísta ter tanta fé em sua crença, que chega a ignorar o simples fato de que outros podem ter uma fé tão intensa quanto a dele, porém ,  em outra crença diferente ou não ter crença alguma... 

O argumento do “eu sinto” não tem sentido, afinal, quando você se pegar em alguma epifania religiosa, lembre-se que há pessoas tão convictas com seus dogmas que são capazes até de tirar a própria vida em nome de uma fé que VOCÊ não sente... 

E nesse contexto todo, temos que saber respeitar uns aos outros em nossa diversidade, saber que nossa liberdade não pode subjugar a liberdade do outro. 

Nos deparamos com questões  filosóficas, precisamente “éticas”, e somente por estas poderemos chegar a um consenso. Precisamos nos despir dos dogmas, a questão aqui é sempre promover a reflexão e quebrar a tendência da religião de unir as pessoas umas contras as outras...

Este texto vago de hoje, é apenas para anunciar que estamos de volta...



PS: Imagem que ilustra essa postagem: http://www.fainada.com.br/marido-ateu/ateu/

Um comentário:

  1. É racional acreditar na existência do Deus padrão? Muitas espécies de razão foram apresentadas para acreditar em deus ou Deus, mas a aceitação generalizada de uma crença não é, decerto, uma boa razão para aceitar. Mas, apesar de tudo, não há um deus quem que a maioria das pessoas acredite (basta ver a evolução da humanidade e os diversos deuses idolatrados e adorados, tanto no passado quanto no presente).
    (...) E assim, temos CRENÇA e Fé: crença é acredita; fé é confiança. Sendo assim, me considero um pouco teísta e um pouco deísta, mas tenho uma rebeldia que sempre me fez questionar os dogmas, mas trago em mim uma fé, uma confiança que há algo maior, e aí, lembro-me de Shakespeare, em Hamlet (adoro essa obra), quando diz: "Há mais mistérios entre o céu e a terra, do que toda a nossa vã filosofia" -, se esse algo mais, se esse mistério atende pelo nome de deus, que assim seja então.

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