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terça-feira, 11 de janeiro de 2022

Os mestres do universo da ignorância

 


Eu via He-man quando era criança, como boa parte da minha geração, mas os mais jovens tendem a conhecê-lo pelos memes da internet e apesar de provavelmente eu ter visto tudo mais de uma vez, não posso dizer que sou fã, o que implica em uma certa indiferença ao anúncio da Netflix sobre a nova animação. Contudo, muitas polêmicas surgiram e despertaram meu interesse em dar uma olhada no resultado.

Em suma, a nova animação dá espaço para outros personagens em especial Teela que na versão clássica era mais um personagem de interesse romântico para o protagonista. Já He-man e seu clássico inimigo, o Esqueleto, são deixados de lado para que os outros personagens sejam mais trabalhados. Esse detalhe já aparece na nomeação do desenho que se chama “Os mestres do universo” e não “He-man e os mestre do universo”.

Logo, um pessoal que provavelmente tem mais de trinta anos nas costas passou a reclamar: “Desenho do He-man sem He-man”, “lacração feminina”, “Teela está masculinizada”, “Que roupa é essa? Cadê o maio?” etc. Eu sem ver o desenho já estava desconfiado que essa reclamação toda era coisa de retardado, até que eu vi ...

Pois bem, agora tenho certeza! A ideia do desenho foi muito boa em explorar todo o cenário e personagens desse universo, algo que ficou enfatizado ao tirar de cena o poderoso He-man, sem poder contar com ele, os demais heróis tem que mostrar que sabem se virar, a própria aliança de heróis com alguns antagonistas foi uma pegada genial. Teela está lá para carregar a narrativa que passou a ser de exploração e não a fórmula antiga do “vilão do dia”.

Eu poderia trabalhar cada argumento crítico feito para a série, pois algumas coisas não são resumidas à “gosto”, mas sim a uma implicância imbecil feitas por marmanjos que alegam que sua infância foi destruída..., mas sinceramente, não vale a pena!

Se um sujeito ADULTO começa a militar sobre um DESENHO já podemos achar estranho. Veja bem, eu não digo que você seja obrigado a gostar do que é novo, mas proponho uma reflexão sobre a natureza da crítica.

A cultura pop, em especial o universo geek (ou nerd) tem dessas insanidades, outrora ser “nerd” era sinônimo de inteligência, mas hoje em dia já não pode ser encarado dessa forma infelizmente. É de se desconfiar que um sujeito mesmo sendo fã de X-men possa ser um sujeito preconceituoso e não é de se espantar que um fã de Starwars possa ser um fascista enrustido por exemplo.

Assim, por mais descolado que possa parecer um sujeito mais velho que curta essas coisas (pelo menos na cabeça dele), ele pode ser somente isso, um velho sem a sabedoria da idade, apenas um velho infantilizado que acha que seu gosto e apego emotivo é o real critério de validade da produção cultural ... 

Para esse tipo de sujeito, só há uma coisa a se dizer: 

Meu! Cresça!

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